Quando penso que te esqueço a tua lembrança volta a mim. Forte, incisiva, persistente. Como o teu "no quiero que me olvides". Pareces ter o poder. Pareces me controlar às vezes, e eu não gosto de ser controlada, quase nunca. Creio que é a primeira vez que te escrevo em português. Terá isso algum significado, discipulo de Freud?
Hoje faz exatamente um mês que fizemos amor pela primeira, única e talvez última vez. Será por isso que sinto tua falta tão presente em mim neste dia? Talvez... Não sou boa com o inconsciente, subconsciente, nem com o significado das lembranças. Deixo pra você. Desvende o enigma and explain for me, please!
Ai meu querido, que peça nos pregou essa maquininha num canto do quarto. Quem diria que o acaso me levaria tão longe e te deixaria tão perto... Sempre que fecho os olhos consigo lembrar cada detalhe do teu rosto: a cicatriz na sobrancelha direita, as covinhas no rosto cada vez que você ria, o teu olhar dividido entre envergonhado e orgulhoso quando eu cantava pra você.
Lembro da primeira vez que te olhei. Como te achei lindo...
Paro no tempo, adentro meus pensamentos e lá te encontro, de pé, mudando as estaçoes no velho rádio da cozinha, bailando reggaeton, sambando. Ainda consigo ouvir tua voz em meu ouvido: "no, mi amor. No llores, mi amor". Era incrível te ouvir me chamar assim. Não importa quantas palavras eu diga em português ou em castelhano. Elas não traduzem a minha sensação ao te ouvir me chamar "mi amor".
Sinto tanto a sua falta, meu bem... É difícil pensar que pra você eu talvez não tenha sido importante. Dói tanto quando alguém me diz isso.
Um mês... E ainda sinto o gosto do teu beijo, o perfume do teu pescoço, o calor das tuas mãos.
original 12/08/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário