quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Piel

Piel
30/10/2015
00:04
Se le quemaba el cuerpo
Sobre sábanas blancas
El rojo la dominaba
Envuelta en color
Era toda fuego
Manos piernas senos culo
Entrepiernas
Lento, lento, lento
Dedos, movimiento
Dulce, fuerte, exquisito
Tranqui...
Se volvió sabana
Almohada y sueño
Se pintó de azul
Aline Alves


domingo, 25 de outubro de 2015

Porque já não

Porque já não
18/10/2015
23:32
Porque com você meu riso é muito mais doce, não devo sorrir docemente
Porque com você minha voz é mais melódica, preciso cantar melodias menos harmoniosas
Porque com você meu corpo se sente em casa, devo ensinar-lhe a ser forasteiro
Porque com você minha boca se encaixa, devo moldar novos formatos
Porque teu cheiro me embriaga, devo manter longas distâncias
Porque tua pele me arrepia, devo vestir  sempre paletó e luvas
Porque teu olhar me faz querer, devo desviar-me de cada zoom
Porque és tudo o que quero
Mas não estou em ti
Devo evitar ficar parada
De pé, atrapalhando o tráfego
Embreagem, primeira marcha.
Aline Alves

Silêncio

Silêncio
13/10/2015
00:37
Longe, perto, ao toque
Incomunicáveis
Um grito clamando calar-se
Pode-se sentir o cheiro
Indiferente
Sequência de palavras
Discurso ensaiado
Uma, duas, três
Nãaaaaaaao!
Já não cabe um sim
Perdeu-se em sussurros e gozos
Já não há pensamentos
A cabeça lhe dá voltas
Não está
Não há acorde possível
Romperam-se as cordas
Já não toca
Num canto, atrás da porta
A madeira de lei
Já não rescende
Não há canção
Não há paixão
O azul desfez-se em silêncio.
Aline Alves

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Saidade


21/09/2015
15:00
Ah saudade que me rodeia
Que me afronta, me desnorteia
Que vem, corrói
Apronta, desmonta
Me desconstrói
E esse xodó nem existia
Não me fluía nem me sabia
Daí veio, ardeu-me em chamas
Interveio
E agora ele nem existe
Mas continua, mantém-me, insiste
E a saudade em meu seio
Vai-me partindo ao meio
Uma quer ficar, a outra desiste.
Aline Alves

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

De amor não se morre


02/09/2015
11:14
"Quem pagará o enterro e as flores
 se eu morrer de amores?"
De amor não se morre, se vive
Olha tudo colorido
Corre, dá salto
Se machuca, solta gritos
Faz curativos num cantinho
Ah! Me deixa que os meus olhos tão cansados
Menos luz
Menos cor
O amor...me dá medo
Sim, saio correndo
Deixa o segredo pra lá
Guarda as flores
O dinheiro, o caixão
De amores, quero morrer não.
Aline Alves

Sem razão


31/08/2015
13:49
Daí você finge que não sente
Sente?
Fim de tarde, pôr-do-sol
E a gente?
Pula, brinca, bate palma
Ensaia um texto
Um sorriso, uma canção
Pede perdão, faz pecado
Volta à alcova
                          ... Vazia
Espalha os livros
Dorme sobre poemas
Escondidos, esquecidos
No azul no fundo da gaveta
Apagam-se as luzes
Ensaiam-se novos textos
Trim-trim, 6:01.
Aline Alves

Desejo


24/08/2015
13:39
Do nada
Uma vontade
Tua pele, minha pele
Teu cheiro, meu cheiro
Teu gosto
De língua, de homem, de sexo
Tua barba, minhas garras
Enlaçados, encaixados
Tuas mãos, meus cabelos
Tua boca, minha nuca
Sobrepostos
Sobressaltos
Leves
Mais leves
Escassos