quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Tchau 2010, que venha 2011!


Eita dois mil e dez véi desmantelado! Passou tão rápido que nem me dei conta, de repente, putz! Mais um ano! Mais um ano no calendário, na minha vida. Primeira ruga? Ai caraca! Nem lembrei que já era época de começar a usar renew- avon, me manda aí o jabá pelo merchand-.
Se passou rápido deve ter sido bom, não é assim a teoria da relatividade com relação ao tempo? Um menos otimista dirá: que nada, você é que tava ocupada demais trabalhando feito um burro de carga. Melhor não pensar nisso... Foi bom e pronto, não venham botar areia na minha farofa, até porque, não gosto muito de farofa nem da sua forma tradicional.
Meu ano quase todo foi uma expectativa com relação a um acontecimento do ano anterior, acho que ainda estava em 2009.rs À espera da resposta do Estado, ou melhor, das respostas. Eita concurso que não acabava mais de ter fases!!! Feliz agora né, governadora? Prova, curso, prova, posse, exercício. Ufa! Estou professorinha agora, boa! Objetivo alcançado. Devo confessar que não lembro das outras promessas feitas para este ano. Memória fraca, desta vez acho que vou anotar tudinho, pra no final de 2011 ler e perceber que minha memória fragiliza-se a cada dia.
Apesar da memória ruim, consigo lembrar que passei o reveillon de vermelho, com uma forte vibração: uma paixão fulminante neste 2010! Bom, devo confessar: parece não ter dado certo... Andei meio entediada com os garotos, se eu tivesse um certo lado LGBT, ou sei la como é agora, talvez tivesse conseguido algum êxito. Mas confesso irredutivelmente: sou completamente fêmea no mais primitivo do sentido. Melhor só deixar mesmo os ouvidos mais atentos e o faro mais aguçado. Quem sabe 2011...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Pero hoy no quiero todo

Pero hoy no quiero todo
Hoje quero apenas aquela parte de ti
Aquela que alisa meus cabelos
Que desliza pelo meu rosto
Que me toca os lábios
De leve
Como se fosse nuvem
Como se fosse sonho
Quero de ti a parte que fala em silêncio
Num sorriso doce
Quero de ti a esperança de adormecer num riso
Quero tanto de ti...
Pero hoy no quiero todo
Hoje quero apenas a certeza de poder adormecer
Despercebida em teus braços
De amanhecer calmamente
Como se pudesses proteger-me
Como se o céu existisse
Quero muito de ti
Pero hoy no quiero todo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


Dime lo que deseas
Dime con la urgencia de los enfermos en dolor
Suena a mí tu voz
Dime suspirado
Háblame aquí
Sóplame tu pedido
Enséñame tu ansia
Repite a baja voz
Dímelo, dímelo, dímelo...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010



porque ser assim, é meio, sabe... estranho
como é ser de outro jeito?
se é?
tá logo ali, tá tudo assim, certinho
é simples, é fácil, é como se diz... simplezinho
que tédio de ser
ser o que mesmo?
ah, isso!
isso. hehe
és?
Ah, para com isso, toca esse bonde
chama o vizinho
canta ai!
ahhhh que ser assim é ser tão...SER
cheira a céu, cheira a chão.
enquanto a terra me toca o pé,
ouço um grito ao longe.
para, que tô entediada.
quero um café
e traz um vinho, tinto!
esquente-me os pés
limpe o barro
adoça-me a boca
torne-a escarlate
lembre-se por que as amoras são vermelhas.

domingo, 24 de outubro de 2010

You, tú, tu



Everyday ask me
Que sabor terão os teus lábios?
Tua imagem passeia em minha mente sem aviso
Está in my dreams...
Que textura terá a tua pele?
Everyday I can feel
Your hand...
Como se eu fosse teu violão
Como se fosses minha canção
And I can feel
Tu voz en mi oído
Que falta eu sinto desse amor que eu nunca tive
E poderia descobrir-te
Leerte
Como em meus cinco anos
A mágica em cada palavra
Sorprendente.
Tão no sense.
E poderia mirar-te
Meus olhos ali fixos
Cada contorno, cada marca, cada gesto
Adormecendo finalmente
Meu sonho teria o som da tua voz
Meu coração as batidas do teu dedilhar
Like a sweet dream.

sábado, 20 de março de 2010

NÓIS

Adoro gente louca
Gente que é gente, simplesmente
Pula, canta, dança
Ri do vento, pro tempo
É desigual e adora.
E dái que Vinícius tava sempre com um copo de uísque?
Ele escreveu Soneto de Fidelidade
Ele escreveu muito do que eu gostaria de escrever
E casou nove vezes!
eu dancei o tchan
Danço ainda
Depois escuto o Chico
Leio Machado
Adoro não saber beber
Embriagar-me antes mesmo de embebedar-me.
Minha amiga nunca terminou a faculdade
Sabe tudo de gramática espanhola
E deve fazer uma espanhola como ninguém.
Amiga, pra você: arrasa!
Meu amigo intelectual abandonou a faculdade
Não acredita em Deus, é claro
E entre uma cerveja e outra
Lê poesia, canta Raul, Cazuza
E discorre sobre a condição humana
Acorda numa cobertura, dorme na calçada
Assiste o Big Brother
e AMA-ME!
Aquele ganha muitos mil
Aquela outros tantos
Nós ganhamos migalhas
Contamos centavos
E pagamos a conta
Lavamos os pratos
Quebramos cadeiras
E somos nós
Com varizes
Estrias
Gorduras localizadas
Pneus
E péssimo senso de direção.
Pulamos, cantamos, dançamos
Rimos do vento, pro tempo
Somos adoráveis.
Aline Alves
MEMORIAL

Jardinando

Cinco anos. Primeiro dia de escola.
Roupa nova, sapato, penteado.
Mãe, mão, recomendações.
Vozes ao redor, choros. O que é isso?
Uma tia! Que delicada!
Pele branca, cabelos negros, voz doce
Traz em si um repertório de letras e canções
Que pintam as vogais
Desenham possibilidades.
Sobe, desce, pinga
Seu nome eu já li. Eu li.

Alinhando tijolos

Seriando.
As canções diminuíram
Mas aumentaram as letras.
Férias!
Casa da avó.
Passeios. Ali está: BIBLIOTECA
Entre prateleiras encontro:
“Pé de anjo”
Fundo azul atrás de um pé alado.
Que dizia esse livro?...
Não sei. Perdi-me a caminho dos contos de Andersen e de Grimm.

Cobrindo o telhado

Já tenho treze. Suficiente para olhos de ressaca?
“Você parece a Capitu”
A Geografia apresenta-me Dom Casmurro.
Pareço Capitu deveras?
Impossível responder para mim.
Apaixono-me por Machado
Sou a mão com frio, ele a luva.

Desenhando a fachada

Primeiro impacto.
Afinal, quantas são as vogais?
Tia Cláudia coloriu demais as letras
Algo ficou atrás dos pincéis.
Professor Bosco ensina-me entre lançamentos de dúvidas
É preciso reconstruir.
Biblioteca da Universidade
Ignácio de Loyola: O beijo não vem da boca.
Encontrar o caminho
Refrescar o hálito
Soprar aos ouvidos espectadores
Letras coloridas
Que não se percam sob pincéis
E que tenham pés de anjo.

(Aline Alves)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Diário de Viagem - 8º dia

Amontada
te verei ainda entardecer de cores?
estamos todos cansados
mas respiramos, transmitimos
aqui se faz arte
arte de artista de verdade
esculturas em vozes
palavras em versos
mais um dia, menos um dia
a tarde cai bela, colorida
a águia espreita-me
sinto o bater de suas asas quase a me tocar
Fazer o que...
já entreguei-me às unhas, ao bico, aos olhos
ponho-me a esperar
a noite é longa, é fria
deixar-me-á aqui no alto da montanha
logo quando anoitece pela última vez?
Zero hora.
dormem os pássaros
a águia retorna, corta-me as amarras
prendo-a no ninho
dou-lhe de comer, mato-lhe a sede
sacio-a.
Inerte, deseja-me boa noite.
tenro gesto.
a noite fica curta,
em meio aos gritantes raios de sol
põe-se a dormir como se fosse morcego.

Diário de Viagem - 7º dia

que sono, que vontade
de dormir
te acalma dia
te esconde só mais um poquitinho
levanta que o mundo não para.
boa tarde meu doce e malicioso sorriso.
Ao trabalho!
Ai Cristo, é bom mas é ruim
vê se dorme menina!
ser humano
destino trágico
adormeço
e durmo.

Diário de Viagem - 6º dia

Cansaço...
Terça ainda?
Fazer o que, não sou de aço.
não dorme-se aqui.
espreita-me uma águia
em que lhe cravo as unhas
e que me crava os dentes.
dá pra parar de pensar bobagem!
Que fazer, a águia levou-me
deixou-me prisioneira
quedo-me aqui com a iminente sensação de ser devorada.
à noite, a águia acaba voltando...

sinto a sua inquietação à distância
seu rosto, suas mãos, tudo o denuncia
alguém ronda a sua presa
nem vê que ele não tem boca e olhos que falam por si
e um jeitinho de enfeitiçar tão presente em ti

vem águia, devora-me
a natureza te fez águia e me fez presa
e o destino me fez reluzir em teus olhos.

Diário de Viagem - 5º dia

de volta ao trabalho
fazer o quê?
tanta gente, tanta sede de saber
e a gente brinca, ouve, se diverte
tenta fazer do saber um deleite
e a gente se sente recompensado.
e a noite, espera-me já?
um pouco mais de trabalho
amanhã é um dia a mais
não evapora.
ufa, acabei até amanhã...
avisto um anjo
que fala-me entre asas negras
e um semblante iluminado
não deveria
mas ponho-me a vampirizá-lo
enquanto ele morde-me o pescoço.

Aline Alves

Diário de Viagem - 4º dia

Ai que o dia não amanhece às sete
só às nove,dez
pode-se escolher
e a manhã recebe-me com um beijo,
adentra meu quarto,
fica lá
vai embora e continua lá.
vai-te dia
traz a noite
que faz poesia.
minha poesia respira ao lado
num contorno de lábios
num encaixe de mãos e braços
que de tão fortes, de tão grandes
cabem dentro de uma boneca de porcelana.

Diário de Viagem - 3º dia

um dia a mais
melhor ainda, um dia a menos.
como é bom te ver
bom dia, dia!
trabalha que Deus ajuda
blá, blá, blé...blu.
descansar enfim?
pra que descanso se o mundo é manso
e já que se acaba.
a voz me chama
numa malícia de mistura de sotaques
irresistível.
a lua é linda
a cidade finge dormir
e eu me perco hipnotizada por um Davi
que é de carne, de cheiro e de toques
e passeia por mim como se fosse água.

Aline Alves

Diário de Viagem - 2º dia

sobrevivi, respiro ainda
o dia e a noite acumulam-se em minhas costas
e o rosto surge uma vez mais
tão lindo quanto uma escultura clássica
tão doce quanto chocolate ao leite.
sossego enfim
ó Deus, dorme-se aqui
um pouco mais detrabalho
descanso real, sim, sim.

Aline Alves

Diário de Viagem - 1º dia

ânsia, é essa a palavra
música, gente, entra, sai
paisagem, janela
o sol se esconde, a chuva despenca
e a gente olha, pensa, pensa, olha
perde-se
e não chega
uma, duas, três...cidades, idades
enfim, o enfim
é aqui, inacreditável, é então é
mais gente, o desconhecido
eis que encontro um belo rosto
reluz.
olhos doces, boca ardente
e uma voz que me chamava...
o rosto belo fica pra trás
momentos de indescanso
é noite e não durmo.
Aline Alves