quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A arte do encontro XVII


Desde então foram muitos encontros, para um chá, um cinema, uma apresentação de algum artista em alguma praça, não importava, qualquer motivo servia para estarem juntos.
As férias de inverno iam-se acabando. Como o tempo passava rápido ao lado dela. Que delícia ficar ali sentado em algum lugar, a cabeça dela repousada em seu colo, ele a mexer-lhe os cabelos, observar seus traços, fitar-lhe outra e outra vez os olhos como para não esquecê-los jamais. Estavam namorando? Era oficial? Ainda não tinham falado sobre isso, colocado os pingos nos is. Mas os amigos, que nunca foram tantos assim, reclamavam por sua ausência e por ele agora ter sua atenção toda voltada para ela.  Ele dava-lhes desculpas, ia adiando o desencontro com ela.
Em casa, já haviam percebido que o comportamento dele mudara muito e que vez ou outra uma linda garota vinha procura-lo à porta e que aquela mesma voz às vezes perguntava por ele ao telefone.  A mãe, sempre curiosa, já havia tentado, em vão, descobrir quem era a tal garota. Ele desconversava, respondia superficialmente: una amiga. E fingia uma pressa inexistente para ausentar-se. Não gostava daquela intromissão, escapava como podia para não ter de dizer a mãe simplesmente: !No te metas! Son mis cosas. Embora um dia fosse lhe dizer...

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