sábado, 10 de novembro de 2012

Das cartas que eu não mando


Nunca estivemos na praia, mas a praia sempre me lembra você. Não sei se o barulho tranquilizador e inquietante das ondas ou o cheiro embriagador do mar; a questão é que sempre lembro. É como se pudesse te ver dançar, seu corpo se movendo... Imagino e não formo as metáforas. As ideias dão lugar a tua imagem e a tua voz. Ah tua voz... Será para sempre uma lembrança doce?
“Y un otoño vacío en el centro que solo se llena...”
Ai, ai, saudade. Tão sem tradução, tão cheia de significado. Estarás sob o frio, olhando a chuva enquanto o sol me ofusca a visão?
Teu calor se distancia de mim como o sol de tuas terras nos invernos chuvosos. És meu inverno em meio ao sol abrasador que me queima retina.

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