sábado, 17 de setembro de 2011

Das cartas que eu não mando...IV

No dia em que completamos dois meses separados depois do quase desastroso encontro físico, não te escrevi. Não houve poema, não houve canção, mas pensei em ti, pensei muito, e, à noite, quando adormeci, apareceste em meus sonhos. Desta vez não parecias real, não parecias o meu bem, sempre tão lindo, tão envolvente. De ti só a voz soava-me igual, "re linda". Mas teu rosto era outro , teu cabelo era outro e o teu beijo não tinha sabor. Eu não sentia que eras tu, não te reconhecia. Eu dizia isso pra mim, no sonho, na realidade. Te buscava... Queria tanto te encontrar de verdade. Não por necessidade de te falar algo, já falei tanto... Preciso te ouvir e ficar ali, declinada sobre teu ombro, sentindo teu cheiro, tua respiração. Quero a paz de sentir-te assim, em tua doçura; e ficar ali repousada simplesmente. Como se não houvesse tempo, como se não houvesse nada.
16/09/2011

Das cartas que eu não mando...III

Há tanto tempo não te falava, meu amor. Não conversava contigo como nos velhos tempos, sem uma briga no meio que deixava tudo meio cinza. Te reconheço outra vez. Porém já não trago comigo a certeza de antes e já não sei me entregar naturalmente como fazia outrora. Penso, repenso, peso os detalhes e fico sempre na dúvida: fiz o certo? Se é que o certo existe...
11/09/2011

Das cartas que eu não mando...II

Qué difícil es aceptar, convivir con esta angustia que me consume los pensamientos, los respiros...Me borraste en fin? Me quedo preguntando, resulto sin respuestas. Por dónde andarás, qué cosas probaste y qué has sentido en este tiempo en que no estoy. ¿Ha sido fácil para vos? Para mí es como que imposible. Pienso en vos todos los días, por horas. Me olvido las cosas. Con el mismo deseo siempre: que vuelvas a mí. Aunque ya no me llames "mi amor".
Volvé a mí, haceme un mimo, decíme algo dulce. Habla de mis manos, decíme "te extraño".
Por cuánto tiempo estarás en mi mente, pegado como un chicle, un grudo... Quizás no te quiera borrar. Acordar los momentos con vos es como volver a vivirlos, es como sentirte otra vez. Y cómo deseo sentirte... Tus manos a dibujarme, tu voz a retarme, a frenarme, cuando querías mucho, mucho más. Y qué perfección el beso, tus ojos cerrados como en un sueño; y yo a entregarme, a darte cada trocito de mi cuerpo, de mi alma. No, no quiero olvidarte.
04/08/2011

Das cartas que eu não mando...

No me gusta cuando te callas porque sé que estás ausente, y tu ausencia me hace daño, me duele, me hiere. Cuántos días con vos, siempre con vos. De un país a otro de un habla a otra con pensamientos que se encontraban, con voces que se querían. Cómo se querían...
Extraño a veces cuando eras todavía un sueño y en él me querías como nadie me supo querer. Ay dulce ilusión que me hizo tan feliz en tantos momentos. Allí senti ser amada y cómo era dulce aquel amor de mentira.
Ya no estás, no me llamas, quizás me olvidaste. Y yo, ¿cómo te olvido? Necesito aprender. Pero qué triste es tener que olvidar algo tan lindo, tan sincero. El tiempo se encargará de hacerlo. Eso lo espero. Tiempo, tiempo tiempo...
04/08/2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Porque tudo é literatura...

Enquento ela lê, ele olha para ela, insistente, incisivo, hipnotizado. Isso a incomoda? Não parece ela importar-se, segue seu relato, inalterada, concentrada.
O discurso sobre o amado escritor, da África para o papel, para o mundo, para ela. E ela fala, fala, fala. Junta os discursos, emenda os mundos, foca e desfoca; empolgada, excitada.
Ele continua a olhar, sorri às vezes, vez em quando desvia-se ao netbook. Afinal, que tanto escreve ele?
Professora, mestre, doutora. Muitas viagens, muitas histórias... O que irá esconder-se sob o fervor acadêmico? À noite, sobre travesseiro, virá alguma literatura tocar-lhe a face, penetrar nela, ou adormecerá sonhando literaturas que lhe escrevam fantasias num tom bastante verossímil?

Especialmente para Cleudene Aragão
01/09/2011