ELA (continuação)
E agora, estava namorando? Estava, pelo menos ela achava que estava. Resolveu contar a mãe, que não recebeu muito bem a notícia. Logo, aquilo lhe soou como algo ruim e preferiu continuar em segredo com seu sentimento, nutrindo-o dentro de si.
Todos os dias arrumava-se, perfumava-se na esperança de que ele a beijasse outra vez. E ele a beijou, beijou tantas vezes que realmente começou a ser mágico aquele momento. Até que...
Era uma quinta-feira, dia de prova, e todos saiam mais cedo da escola. Ela saía quando uma colega de classe a chamou. Alguns passos depois, o seu castelo desmoronou. Seu príncipe sem cara de príncipe estava ali, beijando a rainha má. Perdeu-se... O que dizer? O que pedir? O que reivindicar? Não sabia... Não sabia pelo simples motivo de não reconhecer-se em nenhuma categoria. Só sabia que tinha sonhos, mas disso o outro não pode ser responsável.
Saiu, pensou, pensou, chorou, chorou, chorou... esqueceu.
"Lenguajes" é uma proposta de interação através de poemas, canções e discussões, sejam estes em português, em espanhol ou da forma que convier à velha(não tão velha assim)cachola. Com bom humor ou não, e vez em quando com uma lágrima doce...
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
A arte do encontro VII
ELA (continuação)
Um ano a mais. Novo ano letivo, mesma escola, muitas amigas e... novatos. Ele... Alto, moreno, enfim, diferente dos contos de fada. Tão senso comum, e para ela parecia lindo. Como lhe acelerava o coração cada vez que o encontrava, na escada, nos corredores.
Um dia, puseram-se a conversar, ali, em frente à escola e com gente ao redor. Vestida com o uniforme de sainha e com a mochila cor de rosa nas costas. Tão menina, cheia de sonhos nos olhos brilhantes e cheia de tropeços na voz que lhe saía acelerada.
A boca clamava por um beijo, o beijo, o primeiro beijo. Tinha apenas doze anos, mas de acordo com entrevistas preliminares, era a única, dentre as amigas, que nunca havia sido beijada. E de repente, zás! Ela o beijou. Lançou-se ao pescoço do rapaz num relance e teve seu desastroso primeiro beijo. Totalmente diferente do tão sonhado primeiro beijo da imaginação dela. Trazia na boca uma bala e não sabia o que fazer com ela naquele momento, a inexperiência a fez engolir o doce e engasgar-se, una tragédia não maior por não haver-se sufocado. Mas agora todos sabiam: era seu primeiro beijo.
Voltou para casa com sentimentos desencontrados: vergonha, orgulho, desejo, não sabia. Ela tinha beijado, beijado... Foi mais pesadelo que sonho, mas ainda assim, ela pensava sentir-se feliz.
Um ano a mais. Novo ano letivo, mesma escola, muitas amigas e... novatos. Ele... Alto, moreno, enfim, diferente dos contos de fada. Tão senso comum, e para ela parecia lindo. Como lhe acelerava o coração cada vez que o encontrava, na escada, nos corredores.
Um dia, puseram-se a conversar, ali, em frente à escola e com gente ao redor. Vestida com o uniforme de sainha e com a mochila cor de rosa nas costas. Tão menina, cheia de sonhos nos olhos brilhantes e cheia de tropeços na voz que lhe saía acelerada.
A boca clamava por um beijo, o beijo, o primeiro beijo. Tinha apenas doze anos, mas de acordo com entrevistas preliminares, era a única, dentre as amigas, que nunca havia sido beijada. E de repente, zás! Ela o beijou. Lançou-se ao pescoço do rapaz num relance e teve seu desastroso primeiro beijo. Totalmente diferente do tão sonhado primeiro beijo da imaginação dela. Trazia na boca uma bala e não sabia o que fazer com ela naquele momento, a inexperiência a fez engolir o doce e engasgar-se, una tragédia não maior por não haver-se sufocado. Mas agora todos sabiam: era seu primeiro beijo.
Voltou para casa com sentimentos desencontrados: vergonha, orgulho, desejo, não sabia. Ela tinha beijado, beijado... Foi mais pesadelo que sonho, mas ainda assim, ela pensava sentir-se feliz.
Saudade
Ai que saudade é bicho besta
Não tem orgulho
E vez em quando, lá vem
Pedindo arrêgo
Chega como quem nada quer
Vai por ali, no ombrinho
Desce pro peito
Entra na corrente sanguínea
Instala-se bem na nossa mente
Revira as memórias
já tão quietinhas
Faz uma bagunça danada.
Ai que saudade mexe a gente
Desonera, e a gente vai ficando
Assim
molinho
03/01/2012
Não tem orgulho
E vez em quando, lá vem
Pedindo arrêgo
Chega como quem nada quer
Vai por ali, no ombrinho
Desce pro peito
Entra na corrente sanguínea
Instala-se bem na nossa mente
Revira as memórias
já tão quietinhas
Faz uma bagunça danada.
Ai que saudade mexe a gente
Desonera, e a gente vai ficando
Assim
molinho
03/01/2012
A arte do encontro VI
Ela (continuação)
No ano seguinte, mudou de escola, e ...ah! Outro amor! Nossa, o pior aluno!
Toda sexta-feira ela se produzia, ficava linda pra ele e ele nem a notava. Tinha ela agora onze anos e os primeiros sinais de mulher surgiam nela timidamente. Os seios despontavam e aos poucos o quadril ia ganhando contornos. Mas outras eram já tão moças, ela ainda tão menina. Ele simplesmente não a via. E continuou não se dando conta dela até que a reencontrou alguns anos depois. Que diferente ela estava. Sempre tivera aquele sorriso? Não podia dizer, mas sabia que aquele corpo de mulher ela não tinha.
Nessa ocasião ele não pareceu a ela tão atrativo. O frescor adolescente já não brincava no rosto dele, e, apesar de haver emagrecido, isso não o tornara mais bonito, ao contrário, produzia nele um ar menos saudável e o deixava aparentemente mais velho. Além disso, tornara-se um fracassado. Largara os estudos e estava num bar de quinta a embriagar-se.
Ela orgulhou-se de ser quem era e gostou de tê-lo visto. Melhor, gostou que ele a houvesse visto.
No ano seguinte, mudou de escola, e ...ah! Outro amor! Nossa, o pior aluno!
Toda sexta-feira ela se produzia, ficava linda pra ele e ele nem a notava. Tinha ela agora onze anos e os primeiros sinais de mulher surgiam nela timidamente. Os seios despontavam e aos poucos o quadril ia ganhando contornos. Mas outras eram já tão moças, ela ainda tão menina. Ele simplesmente não a via. E continuou não se dando conta dela até que a reencontrou alguns anos depois. Que diferente ela estava. Sempre tivera aquele sorriso? Não podia dizer, mas sabia que aquele corpo de mulher ela não tinha.
Nessa ocasião ele não pareceu a ela tão atrativo. O frescor adolescente já não brincava no rosto dele, e, apesar de haver emagrecido, isso não o tornara mais bonito, ao contrário, produzia nele um ar menos saudável e o deixava aparentemente mais velho. Além disso, tornara-se um fracassado. Largara os estudos e estava num bar de quinta a embriagar-se.
Ela orgulhou-se de ser quem era e gostou de tê-lo visto. Melhor, gostou que ele a houvesse visto.
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