terça-feira, 31 de maio de 2011

Sabe aquele momento mágico, antes do beijo, que você não sabe definir quantos minutos ou segundos inertes se passaram? Vem à tona a teoria da relatividade em relaçao ao tempo. O mundo todo cabe em um segundo apenas, e todo ele é esquecido nas horas seguintes...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Cómo me duele

Como me duele
Que otra esté en tus brazos
Que sus manos acaricien tu cuello
Como deseo acariciar
Como me duele
Que tus manos dibujen su rostro
Como deseo que me dibujes
Y que tu piel le toque a ella
Como me muero por sentir
Todos los días...
Las lágrimas surgen en mis ojos
Sin pedir permiso
Sin razón razonable
Solo vienen
¿Qué hago yo?
Sos mi ilusión, mi dulce ilusión
Pero te quiero como a nadie
Te siento desde aquí
Y desde aquí te siento tenerla
Como me duele
Imaginar que tus manos
Calientan otras espaldas
Y que siente ella tu respiro
mientras duerme
Y despierta con tu voz al oído
Como en sueño desperté
Como desde lejos me llamas
Como me duele...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Me haces falta


Me haces falta
Me cambia el humor
Te necesito, es cierto
Qué hago yo?
Dónde estás que no vuelves a mí?
Una semana me parece un año sin ti
Quién en mi lugar te tocará?
Me haces falta
Mis pensamientos te buscan
Mi cuerpo espera tu toque
Me muero por tocarte, me dijiste
Mi cuerpo no se olvida
Todo él espera por tus manos
Por tus labios
Tu boca de buzón que desea engollirme entera
Ay Dios! Cómo tardan en pasar los días!
Pienso en ti en todos los momentos
Aunque miro a otros
Pienso en ti
Los comparo
Sos siempre lo mejor
Átame
Llévame hasta el cielo
Te quiero tanto que me duele
Te deseo tanto que llego a temblar
Toda mi mente es un lío.
Vuelve a mí mi amor
Me haces falta.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

CONSULTA MÉDICA


Ela esperava ansiosamente pela consulta. Odiava esperar e odiava os momentos que antecediam as consultas médicas. Mas o hipocondrismo a corroía e, cada vez com mais frequência, repetia-se o episódio. Ele veio, sentou-se ao lado dela. Ela não lembrava quem iniciara a conversa, o fato é que conversavam, descontraidamente. A espera tornara-se até menos desagradável.
Ela prestava atenção nos detalhes e falava com desenvoltura, inconscientemente quem sabe para desafiá-lo. Poderia ele manter o nível? Ele continuava ali, sabia utilizar a linguagem, não tropeçava nas palavras e, embora não fosse adepto de termos eruditos, não cometia erros que o senso comum teimava em cometer.
Ela não acreditava que estava fazendo análises linguísticas sobre o moço. Ele tem um sorriso lindo, uns olhinhos meio orientais, negros como ela gostava; uns braços fortes, do tipo que transmitem a segurança física que toda mulher almeja; e ela ali a pensar no léxico, nas ênclises, nas próclises...
Ele não falava outra língua, confessou sem vergonha nem pesar, mas achava lindo que ela falasse. Como é que diz mesmo? Entendi tudo. Ela ria, adorava aquela sensação de poder intelectual. Excitava-a.
Entre uns e outros assuntos, ela levantara, precisava de informações da recepção. Ao sentar-se novamente, a pergunta:
_ Faz tempo que tu malha?
Ela deixou escapar um sorriso entre orgulhoso e malicioso. Ele não perdera tempo, havia olhado para as pernas dela ao vê-la caminhar, ela sabia.
Cada vez ele a observava mais, ela percebia, fingia que não. O olhar dele ia ficando mais atrevido, fixava-se no decote da blusa dela, no qual os seios delicados saltavam numa ousadia disfarçada. Ele teimava em tentar disfarçar e não conseguir divertia-a. Ela sorria por dentro: dominava-o.
Ela pensou em perguntar-lhe algo sobre alguma forma de manter contato. Melhor não. Você é o peixe, ele que pesque. E, como em cena de filme, ele adivinhou-lhe os pensamentos. Dissera-lhe entre pretencioso e confiante:
_ Dá um toque no meu celular pra eu gravar teu número.
Ela agora dava-se conta, fora excessivamente simpática, mostrara interesse, o suficiente para a fala dele. Foda-se, ele é um gatinho. E no mais, conheciam-se. Ela lembrava dele. De onde? Especulações... Estudos, escolas, ah! É isso! Te conheço de algum lugar. Você não me é estranha. Exatamente. Eu sabia.
Antigos conhecidos. Destino? Quiçá - adoro essa palavra, desculpe leitor, não me contive - Quem sabe... Ela esperará, talvez com menos ansiedade do que esperara a consulta, mas esperará.

domingo, 1 de maio de 2011

O Retrato 2 (Érico Veríssimo)


Ao melhor escritor gaúcho de todos os tempos, minha homenagem.

"No meio da confusão, Toni deixou apressadamente a sala. Rodrigo seguiu-a, numa insensata esperança. (É agora ou nunca)Entrou no vestíbulo. Lá estava a Fraulein a mirar-se no espelho.Correu para ela, agarrou-a pelos ombros, fêla dar meia volta, puxou-a contra o peito e beijou-a com furor. Sua boca sugou como uma ventosa os lábios da rapariga, que no primeiro momento ficou como paralisada, o corpo retesado numa instintiva atitude de defesa. Em seguida, porém, ele sentiu que os dedos dela entravam em seus cabelos, numa carícia desordenada, e que aquele corpo quente, tenro e palpitante não apenas se entregava, mas procurava também o seu. Pôs-se a beijar-lhe as faces, a testa, os olhos, numa pressa gulosa. A boca de Toni então tomou a iniciativa, colou-se avidamente a sua, o que o deixou desatinado. Suas mãos começaram a percorrer o corpo da Fraulein, numa ânsia cega e dilaceradora. Sentindo, porém, que ela desfalecia - a cabeça atirada para trás, os olhos semicerrados, um débil gemido a escapar-lhe pela boca entreaberta - teve de enlaçar-lhe a cintura para que ela não caísse. Passou-lhe pela mente uma ideia alucinada; erguê-la nos braços, subir a escada e levá-la para um dos quartos, lá em cima... Mas o corpo de Toni tornou a enrijar-se e, desvencilhando-se dele, a rapariga apanhou o violoncelo e se foi quase a correr, rumo da sala de visitas."
(Érico Veríssimo, O Retrato 2- O Tempo e o Vento, pag. 545)